Custo de instalação de usinas solares tem queda de 71% no Brasil nos últimos 15 anos
- solaruxenergia
- 20 de ago.
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País apresentou a maior redução entre os quatro maiores mercados do mundo no período, mostra estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena).

O Brasil apresentou queda de 71% no custo médio de instalação de usinas de energia solar entre 2010 e 2024, mostra levantamento da Agência Internacional de Energia Renovável (Irena). O valor se refere a todos etapas do desenvolvimento de um projeto de geração centralizada, do planejamento à conexão na rede de transmissão. Na média global, o custo de instalação de usinas fotovoltaicas caiu 11% em 2024, atingindo US$ 691/kW. A cifra é 87% menor do que o registrado em 2010.
Conforme a agência, essa tendência de redução de longo prazo indica a continuidade da otimização de custos estruturais em um número cada vez maior de mercados. A queda dos preços de placas solares e inversores são os principais fatores para esse cenário, representando 60% da diminuição de custos de instalação de novos projetos entre 2010 e 2024.
Entre os quatro maiores mercados do mundo, o Brasil foi o que apresentou a maior queda no período de 15 anos. No mesmo intervalo, Índia, Estados Unidos e China tiveram reduções de 66%, 65% e 64%, respectivamente.
Entre 2023 e 2024, o desenvolvimento de usinas ficou mais barato em 10 dos 15 maiores mercados do mundo. A redução variou de 28% na Índia a 3% no Brasil. Já países europeus, como Polônia, Espanha e França, tiveram aumento de 14%, 22% e 20%, respectivamente.
LCOE
A pesquisa da Irena também indica que a média global do custo nivelado de energia para projetos solares (LCOE) se manteve estável em 2024, registrando US$ 0,043/kWh, 0,6% superior em relação à média de projetos desenvolvidos em 2023 e 90% inferior ao patamar de 2010. A medida é usada para mensurar o custo médio de geração de eletricidade de uma usina ao longo da vida útil.
Conforme o estudo, a estagnação anual reflete o impacto de custos de financiamento, que aumentaram em razão da alta da inflação e das taxas de juros em diversos mercados. Em 2024, as menores médias de LCOE foram registradas na China e Índia, com US$ 0,033/kWh e US$ 0,038/kWh, respectivamente. Já o EUA teve o custo mais alto entre os quatro maiores mercados, com US$ 0,070/kWh, embora esse valor seja 57% inferior ao patamar de 2015.
O Brasil apresentou redução de 74% de LCOE para novos projetos de geração solar centralizada entre 2015 e 2024, caindo de US$ 0,0180/kWh para US$ 0,048/kWh. No mesmo período, China e Índia tiveram quedas de 66% e 59%, respectivamente.
Fator de capacidade
A média global de fator de capacidade para novos projetos de geração solar centralizada aumentou de 15% em 2010 para 17,4% em 2024. Esse percentual indica a eficiência de uma usina solar, comparando a energia efetivamente produzida em relação a capacidade total.
O avanço da média global entre 2023 e 2024 foi de 8%. O maior crescimento anual já registrado foi de 17,9% em 2018. Conforme a Irena, a tendência de evolução é resultado de vários fatores, incluindo o uso de trackers e painéis bifaciais.
Média de custos de energia solar nos principais mercados do mundo em 2024:
Mercado | Instalação | LCOE |
Brasil | US$ 724/kW | US$ 0,048 /kWh |
China | US$ 591/kW | US$ 0,033/kWh |
EUA | US$ 1.058/kW | US$ 0,070/kWh |
Europa | US$ 779/kW | US$ 0,060/kWh |
Índia | US$ 525/kW | US$ 0,038/kWh |